quarta-feira, 19 de março de 2008

Vídeo-vigilância, bicicletas e malas


Os sistemas de vídeo-vigilância se tornam cada vez mais específicos e incorporam em suas funções mecanismos de reconhecimento e identificação. A pesquisadora Dima Damen, da Universidade de Leeds, desenvolveu um programa de visão artificial para evitar roubo de bicicletas. O programa captura e registra as imagens de cada um que estaciona sua bicicleta, de modo que estas sejam recuperadas no momento em que as bicicletas estejam sendo retiradas e automaticamente comparadas com as imagens geradas em tempo real. Se o programa detectar disparidade entre a imagem atual e a imagem armazenada, um alarme é acionado.

A mesma pesquisadora tem o projeto de desenvolver sistemas para detecção de bagagens abandonadas em aeroportos e estações.
"Lots of research had lately been concerned with detecting abandoned baggage within the FoV of CCTV camera. Yet, it is highly improbable that people would intentionally leave baggage unattended in areas covered by CCTV cameras. It makes more sense to leave baggage in hidden areas or blind areas not covered by cameras. Such areas can obviously be found despite the intensive positioning of CCTV cameras in transport stations and other public areas. In these cases, we are unable to detect abandoned baggage. Nevertheless, we can depend on linking the events of people entering a hidden or blind area and exiting it later. Via linking these events we could identify people who enter the hidden area carrying a baggage and leave without it. This is a good-enough signal to trigger a warning signifying an abandoned baggage".

Esses sistemas de registro, identificação e reconhecimento visual de indivíduos tem fortes implicações ético-políticas. Ainda é presente a memória dos usos totalitários desses arquivos, mas as apropriações atuais dessas técnicas operam por movimentos diferenciados de controle, ao mesmo tempo mais sinuosos e mais acépticos. Retomo esse ponto num próximo post.

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