sexta-feira, 23 de maio de 2008

Vigilância e atenção


Recentemente, tenho revisitado textos de psicologia para pesquisar a presença e o sentido da noção de vigilância na definição dos estados atencionais. Na psicologia cognitiva, o termo vigilância é muitas vezes usado como sinônimo de atenção sustentada, que implica esforços sucessivos para manter um objeto no foco da atenção por um tempo prolongado. Num texto sobre a história do termo vigilância na psicologia do século XX, descobri um detalhe curioso, digno de júbilo "viriliano". O primeiro sentido do termo vigilância foi proposto no campo da neurologia dos anos 1920 para designar o estado de ativação e receptividade próprio ao funcionamento geral do sistema nervoso central (Gómez-Iniguez et alli, 1999). No fim dos anos 1940, aqui reside o detalhe "viriliano", o termo vigilância foi retomado pelo neurólogo Mackworth (1948 apud Gómez-Iniguez, op. cit.) para resolver um problema prático com a atividade de observação exercida pelos controladores de radar aéreo na Segunda Guerra Mundial, vinculando a vigilância ao funcionamento da atenção sustentada.

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