A polícia britânica argumenta em favor do mapeamento e registro em bancos de dados genéticos do DNA de crianças cujo comportamento indiquem que elas podem se tornar criminosas no futuro. Nas palavras terrificantes do diretor de ciências forenses da Scotland Yard:
"If we have a primary means of identifying people before they offend, then in the long-term the benefits of targeting younger people are extremely large".
Desde 2004 a polícia britânica pode recolher amostras de DNA de qualquer indivíduo que seja detido e que tenha mais de 10 anos (!). O banco de dados genético do UK é o maior da Europa e estima-se haver cerca de 1.5 milhão de amostras de DNA de pessoas entre 10 e 18 anos.
Essa forma de vigilância e condenação preventiva também é reivindicada no campo terapêutico: um relatório recente do Institute for Public Policy Research clama por terapia cognitivo-comportamental e programas de apoio a famílias com crianças entre 5 e 12 anos classificadas no perfil de criminosas potenciais. O relatório, intitulado "Make me a criminal", defende que a prevenção deve começar cedo:
"You can carry out a risk factor analysis where you look at the characteristics of an individual child aged five to seven and identify risk factors that make it more likely that they would becomean offender". A matéria é do The Guardian.
No Brasil, uma pesquisa sobre "cérebros criminosos" foi anunciada por neurocientistas do Rio Grande do Sul, que pretendem mapear e estudar o cérebro de 50 voluntários jovens da antiga Febem de Porto Alegre. Diversas instituições e entidades já manifestaram nota de repúdio à pesquisa, inclusive o Conselho Federal de Psicologia. No dia 30 desse mês de abril, o Núcleo de Pesquisa em Cognição e Coletivos/NUCC da UFRJ, do qual faço parte, realizará um debate sobre essa pesquisa e esse tema. Farei a chamada aqui em tempo.
"Let the jury consider their verdict," the King said, for about the twentieth time that day...
"No, no!" said the Queen. "Sentence first -- verdict afterwards."
"Stuff and nonsense!" said Alice loudly. "The idea of having the sentence first!"
"Hold your tongue!" said the Queen, turning purple.
"I won't!" said Alice.
"Off with her head!" the Queen shouted at the top of her voice. Nobody moved.
"Who cares for you?' said Alice, (she had grown to her full size by this time.) "You're nothing but a pack of cards!"
(Alice's Adventures in Wonderland, Lewis Carroll)
Desde 2004 a polícia britânica pode recolher amostras de DNA de qualquer indivíduo que seja detido e que tenha mais de 10 anos (!). O banco de dados genético do UK é o maior da Europa e estima-se haver cerca de 1.5 milhão de amostras de DNA de pessoas entre 10 e 18 anos.
Essa forma de vigilância e condenação preventiva também é reivindicada no campo terapêutico: um relatório recente do Institute for Public Policy Research clama por terapia cognitivo-comportamental e programas de apoio a famílias com crianças entre 5 e 12 anos classificadas no perfil de criminosas potenciais. O relatório, intitulado "Make me a criminal", defende que a prevenção deve começar cedo:
"You can carry out a risk factor analysis where you look at the characteristics of an individual child aged five to seven and identify risk factors that make it more likely that they would becomean offender". A matéria é do The Guardian.
No Brasil, uma pesquisa sobre "cérebros criminosos" foi anunciada por neurocientistas do Rio Grande do Sul, que pretendem mapear e estudar o cérebro de 50 voluntários jovens da antiga Febem de Porto Alegre. Diversas instituições e entidades já manifestaram nota de repúdio à pesquisa, inclusive o Conselho Federal de Psicologia. No dia 30 desse mês de abril, o Núcleo de Pesquisa em Cognição e Coletivos/NUCC da UFRJ, do qual faço parte, realizará um debate sobre essa pesquisa e esse tema. Farei a chamada aqui em tempo.
"Let the jury consider their verdict," the King said, for about the twentieth time that day...
"No, no!" said the Queen. "Sentence first -- verdict afterwards."
"Stuff and nonsense!" said Alice loudly. "The idea of having the sentence first!"
"Hold your tongue!" said the Queen, turning purple.
"I won't!" said Alice.
"Off with her head!" the Queen shouted at the top of her voice. Nobody moved.
"Who cares for you?' said Alice, (she had grown to her full size by this time.) "You're nothing but a pack of cards!"
(Alice's Adventures in Wonderland, Lewis Carroll)
Um comentário:
hoje tive uma reunião com a professora de meu caçula, e como pedagoga, ela fez uma boa exposição do que é exatamente o contrário desta política defendida pelos ingleses:
vamos trabalhar contra o estigma negativo. se partirmos do princípio que fulano é o terror do maternal, não lhe resta outra alternativa a não ser agir como um pequeno delinqüente. agora se formos contra o rótulo, e mostrarmos a ele o quanto ele pode ser gentil, doce, amável e cooperativo, a expectativa negativa deixará de atuar sobre ele, e ele estará livre para exercer suas outras potencialidades.
terríveis métodos da SY. please avise mesmo sobre o debate, tenho todo interesse em assistir.
bjs
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