Uma pesquisa encomendada pela CNIL aponta que 71% dos franceses são favoráveis à vídeo-vigilância em espaços públicos e vêem aí um meio eficaz de combate ao terrorismo e à delinquência. A pesquisa também mostra que a mesma maioria é simultaneamente concernida com os atentados à privacidade e à liberdade individual, assim como são favoráveis ao controle dos sistemas de vídeo-vigilância por um órgão independente, no caso o CNIL (Commission nationale de l'informatique et des libertés). Curiosamente, os resultados da pesquisa satisfazem tanto ao governo francês (que pretende triplicar a vídeo-vigilância em espaços públicos nos próximos 10 anos), quanto a CNIL, que milita pelo controle independente dos dispositivos de vídeo-vigilância e por sua regulação jurídica. Lamentável notar, ainda, como a discussão polariza vídeo-vigilância e vida privada, como se essa fosse a única liberdade e a única forma de vida ameaçada, ou mesmo a única vida que é preciso preservar. A exclusão da dimensão pública e política é ainda mais sintomática quando o que está em questão é a vídeo-vigilância em espaços públicos.
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