quarta-feira, 28 de março de 2007

Surveillance & Society

Está on-line o novo número da revista Surveillance & Society. Há alguns anos, publiquei nessa revista um artigo, em co-autoria com Paulo Vaz, sobre auto-vigilância, risco e saúde. O artigo, intitulado Types of Self-Surveillance: from abnormality to individuals ‘at risk’,
integra o volume Foucault and Panopticism Revisited, editado por David Wood.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Entre JenniCam e o Show de Truman: Justin.TV

Essa vem do futuro.vc:

"Há quatro dias, Justin Kay é monitorado 24 horas por dia e transmite sua vida pela web a partir do site Justin.TV. Com placas EV-DO e uma webcam montada ao lado do rosto, o internauta pode acompanhar a rotina do americano até no banheiro. Em salas de chat, usuários conectados ao site conversam e desafiam Justin a provar que está realmente online, em tempo real.
E já armam para o rapaz. Na quarta-feira de madrugada, usaram o número de celular oficial da Justin.TV para denunciar um esfaqueamento no apartamento onde o rapaz mora, em São Francisco, EUA. A polícia apareceu, armas em punho, e encontrou um bando de nerds empunhando seus laptops com caras de surpresa e pavor - transmitido ao vivo. No dia seguinte, foi a vez de um aviso de incêndio. Seis carros de bombeiros apareceram, mas não foram filmados.
Agora, para qualquer envio de ajuda ao apartamento será preciso responder a uma chamada de confirmação".

domingo, 25 de março de 2007

Uma idéia na cabeça e nenhuma câmera na mão


Uma imensa massa de imagens vem sendo produzida, registrada e arquivada diariamente por inúmeras câmeras de vigilância e de cctv (closed circuit television) ao redor do mundo. Imagens que não se oferecem ao olhar, mas ao arquivo, pois boa parte delas sequer é vista por um olho humano. Tudo registrar, tudo arquivar e para que tantas imagens? Ou ainda, perguntam alguns produtores de imagem, para que mais uma câmera, mais um registro, se eles estão por toda parte?
Não por acaso, proliferam, especialmente na Ingletarra, o país com mais câmeras de vigilância no mundo (no fim de 2006, havia cerca de uma câmera para cada 14 pessoas), projetos de artistas, performers e cineastas que se reapropriam dessas imagens de vigilância, deslocando seus destinos.
É o caso do filme Faceless, dirigido por Manu Luksch e realizado no quadro do Manifesto for CCTV Filmakers, que propõe o uso de imagens de arquivo de CCTV na realização de filmes, conforme reportado pelo excelente networked-performance:

"FACELESS (UK/AT 2007, 50 min), a CCTV sci-fi thriller directed by Manu Luksch; soundtrack by mukul; piano music by Rupert Huber; co-produced by Amour Fou and Ambient Information Systems; languages: English / German.
In an eerily familiar society, the reformed RealTime calendar dispenses with past and future, and all citizens are faceless. A woman panics when she wakes up with a face. With the help of the Spectral Children she unveils the lost power and history of the human face and begins the search for its future.
FACELESS uses CCTV images obtained under the terms of the UK Data Protection Act as 'legal readymades (objets trouves)'. Legislation requires that the privacy of other persons be protected when data is released. For CCTV recordings, this is typically done by obscuring their faces. Much of FACELESS is driven by the 'Manifesto for CCTV Filmmakers'. The manifesto states, amongst other things, that additional cameras are not permitted on location, since they are rendered redundant by omnipresent video surveillance."

sábado, 24 de março de 2007

No início era o Olho

Nesse primeiro post, uma das mais importantes representações pictóricas de Deus como um grande olho onisciente e onipresente – Os sete pecados capitais, de Hieronymus Bosch. Eis uma das primeiras visões da vigilância – o Olho de Deus ou Deus como Olho -, que também encontramos em cúpulas de igrejas católicas, como a da belíssima Catedral de Santiago de Compostela.
Hieronymus Bosch - Os Sete pecados capitais, 1480, óleo sobre madeira (mesa), 120 x 150 cm. Museu do Prado – Espanha: http://museoprado.mcu.es

Nesse blog ainda em construção, mas já no ar, disponibilizaremos em breve dados da pesquisa, informações, imagens, textos e tudo o mais que interessar à reflexão sobre “Visibilidade, vigilância e subjetividade nas novas tecnologias de informação e de comunicação”, projeto em andamento.