Pesquisa da ABI mostra a expansão do mercado da vídeo-vigilância no mundo. Estima-se que a indústria que girou 13,5 bilhões em 2006 chegará à soma de 46 bilhões em 2013. A pesquisa aponta, ainda , a progressiva passagem do analógico ao digital nos sistemas de vídeo-vigilância.
segunda-feira, 31 de março de 2008
A vigilância está lá fora: Big Brother Brasil
Na semana passada, enquanto assistia o depoimento da ex-BBB Fani Pacheco no evento Painel de Controle: vídeo e vigilância social, realizado recentemente no CCBB-Rio, me questionava sobre como poderia dialogar com essa fala que vinha de um lugar tão distinto do meu e dos demais participantes do evento, todos pesquisadores ou artistas. Tentava, primeiramente, um lugar de escuta que não fosse simplesmente o de uma pesquisadora ávida por dados empíricos encaixados em suas hipóteses; tentava manter uma escuta aberta o suficiente para que algo pudesse deslocar o meu próprio 'saber' sobre o BBB e seus participantes. Nessa tentativa, cheguei a um meio-caminho: nem grandes confirmações, nem grandes deslocamentos. Três elementos me chamaram a atenção nesse depoimento:
1. Era um depoimento e não havia outro lugar de fala suposto que não o da primeira pessoa. O termo "a minha vida pública" era usado com frequência, mas o seu único sentido era o da exposição midiática.
2. Revelador e significativo saber que o maior controle experimentado pelos internos no BBB não se dá pelas câmeras, mas sim pela voz do diretor do programa, que muitas vezes se dirige aos participantes de forma vociferante e em tom de ameaça. O controle da temperatura da casa também é minuciosamente manipulado, de modo a incitar maior exposição dos jogadores, especialmente quando estão debaixo do edredom. Desconhecia essa face oculta do BBB.
3. Quanto à vídeo-vigilância, Fani disse que embora as câmeras sejam onipresentes, a experiência dentro da casa não é opressiva, sendo a vídeo-vigilância quase esquecida. No entanto, "aqui fora", disse, "me sinto muito mais vigiada" pela mídia, fãs e paparazzi. No debate, eu disse a ela que o seu depoimento me lembrou o slogan da extinta série Arquivo X: "a verdade está lá fora". E que o slogan do BBB bem poderia ser "a vigilância está lá fora" ;-)
2. Revelador e significativo saber que o maior controle experimentado pelos internos no BBB não se dá pelas câmeras, mas sim pela voz do diretor do programa, que muitas vezes se dirige aos participantes de forma vociferante e em tom de ameaça. O controle da temperatura da casa também é minuciosamente manipulado, de modo a incitar maior exposição dos jogadores, especialmente quando estão debaixo do edredom. Desconhecia essa face oculta do BBB.
3. Quanto à vídeo-vigilância, Fani disse que embora as câmeras sejam onipresentes, a experiência dentro da casa não é opressiva, sendo a vídeo-vigilância quase esquecida. No entanto, "aqui fora", disse, "me sinto muito mais vigiada" pela mídia, fãs e paparazzi. No debate, eu disse a ela que o seu depoimento me lembrou o slogan da extinta série Arquivo X: "a verdade está lá fora". E que o slogan do BBB bem poderia ser "a vigilância está lá fora" ;-)
sábado, 29 de março de 2008
YouTube, monitoramento e marketing
Uma nova ferramenta no YouTube permite que os acessos aos vídeos sejam monitorados por seus criadores, que poderão saber onde e quando eles foram assistidos. O programa, chamado YouTube Insight, foi anunciado como mais um instrumento de marketing para que seus utlilizadores e anunciantes monitorem sua popularidade. Mais um exemplo de naturalização do monitoramento como prática cotidiana e estendida a "todos". Trata-se também de mais uma aplicação do "It's not surveillance, it's marketing!"; como se esses dois mecanismos pudessem ser claramente diferenciados hoje.
Mais detalhes no The New York Times.
Mais detalhes no The New York Times.
terça-feira, 25 de março de 2008
Good Morning Paranoia
Começa amanhã em Paris a exposição Good Morning Paranoia, cujo título é uma clara referência ao trabalho de Nam June Paik, Good Morning Mr. Orwell. Da exposição participam Manu Luksch (Faceless), Cécile Hartman (Player), entre outros. A dica veio da Paola Barreto (merci!).
sexta-feira, 21 de março de 2008
Diagnósticos visuais e microfísica do poder (2)
Continuando o post anterior e recuando no tempo. Dois extratos que retratam a hermenêutica do olhar, a ortopedia fisionômica e a antropometria da alma presentes nos diagnósticos visuais que a fotografia e o fotógrafo eram supostos fornecer. A alma desviante de criminosos e loucos capturada pela câmera fotográfica, nas palavras e métodos de Bertillon (no campo da criminologia) e Diamond (na psiquiatria).
"Every measurement slowly reveals the workings of the criminal. Careful observation and patience will reveal the truth." Alphonse Bertillon
"...o Fotógrafo capta com uma exatidão infalível os fenômenos exteriores de cada paixão, enquanto indicação realmente segura de um desarranjo interior, e apresenta ao olho a bem conhecida afinidade que existe entre o cérebro doente e os órgãos e as feições do corpo...o Fotógrafo capta num momento a nuvem permanente, a tempestade passageira ou o brilho da alma, e habilita o metafísico a testemunhar e esboçar a conexão entre o visível e o invisível num ramo importante de suas pesquisas sobre a Filosofia da mente humana" (H. W. Diamond, psiquiatra, trabalho sobre "a aplicação peculiar da fotografia no delineamento da insanidade", 1856)
Diagnósticos visuais e microfísica do poder (1)
O último post tratava das novas formas de identificação e reconhecimento de indivíduos no campo da vídeo-vigilância, tradicionalmente marcado e definido por uma visão sem olhar, um puro mecanismo de captura e registro de imagens sem narrativa ou intencionalidade. A incorporação de programas de visão artificial e reconhecimento visual às câmeras confere um outro papel social, político, ético e estético, aproximando-as dos dispositivos biométricos e antropométricos de controle social. São muitas as questões presentes aí, e uma delas concerne ao tipo de identificação e de controle sobre a ação e os corpos humanos implicado nesses novos formatos de diagnóstico visual de indivíduos criminosos ou perigosos. Numa primeira visada, esses dispositivos parecem estar em consonância com as novas formas de controle social, que visam diretamente a ação - e não o sujeito, sua personalidade, sua interioridade - como foco de intervenção. Não se quer, como quis a fotografia criminal e psiquiátrica, diagnosticar a alma desviante sob os traços fisionômicos tornados provas e sintomas na imagem capturada pela câmera. Não importa quem são os ladrões de bicicleta, sua condição social ou psíquica. Importa impedir furtos de bicicleta (e crimes de diversas ordens), e o modelo de eficiência não passa mais nem pelos sujeitos nem pela sociedade, mas sim por um mecanismo de reconhecimento de um padrão (visual, nesse caso), que faz soar um alarme que por sua vez impede a ação delinquente.
Conhecemos o poder e a violência dos diagnósticos visuais modernos e todo o seu interesse pelas almas perigosas e pela causalidade social do crime. Soubemos também contrapor a esse modelo, outras subjetividades e outros regimes sociais. A superficialidade do atual modelo de diagnóstico visual o faz parecer cordial e inofensivo. Mas sabemos que essa mesma aparência revela a atual face do controle - resta pensar nos enfrentamentos possíveis dessa eficácia a tal ponto asséptica e pragmática que busca não implicar nem sujeitos nem sociedades.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Vídeo-vigilância, bicicletas e malas
Os sistemas de vídeo-vigilância se tornam cada vez mais específicos e incorporam em suas funções mecanismos de reconhecimento e identificação. A pesquisadora Dima Damen, da Universidade de Leeds, desenvolveu um programa de visão artificial para evitar roubo de bicicletas. O programa captura e registra as imagens de cada um que estaciona sua bicicleta, de modo que estas sejam recuperadas no momento em que as bicicletas estejam sendo retiradas e automaticamente comparadas com as imagens geradas em tempo real. Se o programa detectar disparidade entre a imagem atual e a imagem armazenada, um alarme é acionado.
A mesma pesquisadora tem o projeto de desenvolver sistemas para detecção de bagagens abandonadas em aeroportos e estações.
A mesma pesquisadora tem o projeto de desenvolver sistemas para detecção de bagagens abandonadas em aeroportos e estações.
"Lots of research had lately been concerned with detecting abandoned baggage within the FoV of CCTV camera. Yet, it is highly improbable that people would intentionally leave baggage unattended in areas covered by CCTV cameras. It makes more sense to leave baggage in hidden areas or blind areas not covered by cameras. Such areas can obviously be found despite the intensive positioning of CCTV cameras in transport stations and other public areas. In these cases, we are unable to detect abandoned baggage. Nevertheless, we can depend on linking the events of people entering a hidden or blind area and exiting it later. Via linking these events we could identify people who enter the hidden area carrying a baggage and leave without it. This is a good-enough signal to trigger a warning signifying an abandoned baggage".
Esses sistemas de registro, identificação e reconhecimento visual de indivíduos tem fortes implicações ético-políticas. Ainda é presente a memória dos usos totalitários desses arquivos, mas as apropriações atuais dessas técnicas operam por movimentos diferenciados de controle, ao mesmo tempo mais sinuosos e mais acépticos. Retomo esse ponto num próximo post.
Esses sistemas de registro, identificação e reconhecimento visual de indivíduos tem fortes implicações ético-políticas. Ainda é presente a memória dos usos totalitários desses arquivos, mas as apropriações atuais dessas técnicas operam por movimentos diferenciados de controle, ao mesmo tempo mais sinuosos e mais acépticos. Retomo esse ponto num próximo post.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Evento sobre vídeo e vigilância no CCBB-Rio
Michael Klier, «Der Riese», 1983
© Michael Klier
Participo na próxima semana do evento Painel de Controle:Vídeo e Vigilância Social, que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil do rio de Janeiro, entre 25 e 27 de março de 2008. Segue abaixo a programação do evento.
CCBB IDÉIAS
Painel de Controle: Vídeo e Vigilância Social
Auditório – 4º andar
25 a 27 de março – 19h
Englobando os programas de reality show, a proliferação de máquinas digitais em celulares e outros aparelhos eletrônicos e o controle exercido pelo Big Brother do personagem do livro "1984", clássico de George Orwell, os debates serão precedidos de projeção de vídeos e filmes sobre o tema, revelando olhares distintos sobre a questão. O evento dá um zoom nos fenômenos do voyeurismo e da vigilância através das lentes que se espalham por toda parte.
Curadoria: Amanda Bonan e Luiza Baldan
25.03.2008 | 19 – 21 h
PARTE 1 > 19 – 19:30 h
Projeção de filmes:
• Getting Evidence, 1906 (Dir. Edwin S. Porter, EUA)
• Trechos do filme 1984 (Dir. Michael Radford, EUA)
PARTE 2 > 19:30 – 21 h
Bentham, Foucault, Orwell, Virilio: bases para analisar o fenômeno da vigilância.
Mediação: Ana Lúcia Enne
Palestrantes: Ieda Tucherman / Tulio Vianna / Ivana Bentes
26.03.2008 | 19 - 21 h
PARTE 1 > 19 – 19:30 h
Projeção de filmes:
• Trechos do filme Cachê (Dir. Michael Hanecke, França)
PARTE 2 > 19:30 – 21 h
A vida pós vídeo-vigilância.
Mediação: Bernardo Jablonski
Palestrantes: Fernanda Bruno / Arturo Rodríguez Bornaetxea / Thomas Levin (por videoconferência)
27.03.2008 | 19 - 21 h
PARTE 1 > 19 – 19:30 h
Projeção de filmes:
• Trechos do filme Der Riese (O Gigante), (Dir. Michael Klier, República Tcheca)
• Trechos do filme Sorria, Você Está Sendo Filmado (Dir. Chico Caprário, Brasil)
PARTE 2 > 19:30 – 21 h
A apropriação dos dispositivos de vigilância na produção audiovisual.
Mediação: Sérgio Branco
Palestrantes: Ricardo Basbaum (a confirmar) / Andrea França / Fani Pacheco
domingo, 16 de março de 2008
Games e voyeurismo: The Sims 3
A sociabilidade digital, nos últimos anos, vem sendo cada vez mais temperada com pitadas mais ou menos picantes de voyeurismo e vigilância em diversos ambientes virtuais. A terceira e mais recente versão do game The Sims, a ser lançada no dia 19 deste mês, traz, entre suas novidades, a possibilidade de os jogadores se movimentarem livremente de um lugar a outro sem ter que passar por uma tela de carregamento (load), encontrarem outros "sims", interagir com eles quando quiserem e... espiá-los pela janela ou mesmo filmá-los. Essas novidades investem em três processos correntes na cibercultura: mobilidade, sociabilidade e voyeurismo.
A outra ponta das pulsões escópicas contemporâneas - a da vigilância - também se faz presente nos games, sobretudo pela via artística e estética. O projeto SimVeillance mistura videovigilância e o game The Sims 2:
No âmbito estético, os movimentos mecânicos das câmeras de vigilância encontram ressonância na arquitetura ortogonal das cidades e no sistema de coordenadas que organiza as telas dos jogos eletrônicos, promovendo um olhar mecânico ou geométrico. Alguns trabalhos de video que exploraram as relações entre jogos, cidades e vigilância: Nyc nac solo (J-C. Mocick, 1989), Chicago Flipper (Franck Scurti, 1997), conforme referências de Françoise Parfait (Video: un art contemporaine, Paris: Editions du regard, 2001).
sábado, 15 de março de 2008
De Votre Fenêtre
Acontece essa noite no centro de arte e curiosidades culturais La ferme du buisson, uma soirée com projeção de imagens produzidas desde janelas por artistas e amadores. A soirée chama-se De votre fenêtre e faz parte da exposição Regard-Caméra, que reúne trabalhos que transitam entre contemplação, voyeurismo e espionagem.
Participo da soirée de hoje com uma série de fotos - Ma fenêtre/leur fenêtre - retiradas da minha janela na Glória, Rio de Janeiro. Infelizmente não poderei estar presente na soirée, mas se os curadores me enviarem algum registro do que acontecer lá hoje eu dsiponibilizo aqui.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Explosão informacional, sombras e pegadas digitais
Uma pesquisa realizada pela IDC mostra que pela primeira vez no universo digital a quantidade de informação produzida excedeu a capacidade de armazenamento em 2007. Com um crescimento anual de 60%, estima-se que em 2011 o universo digital será 10 vezes maior do que foi em 2006 e que quase a metade dos dados digitais não terão endereço fixo. O crescimento não é apenas quantitativo. Cresce também a diversidade digital e as tecnologias responsáveis por isso incluem TV digital, câmeras de vigilância, ampliação do acesso a Internet nos países emergentes, aplicações baseadas em sensores, redes sociais e centros de dados que suportam “cloud computing”.
No campo da videovigilância, o estudo mostra que, apesar do estágio ainda embrionário de digitalização (sendo a maior parte das câmeras analógicas), o número de câmeras digitais dobra a cada ano, o que aumentará enormemente a geração e captura de dados.
No âmbito da vigilância informacional, os números já são vertiginosos: da massa de dados em circulação, menos da metade é gerada de forma consciente e voluntária pelos indivíduos (fotografias retiradas e disponibilizadas, chamadas telefônicas, e-mails enviados, vídeos postados), sendo o restante constituído por nossas "sombras digitais": imagens capturadas por câmeras de vigilância, históricos de busca na web, transações financeiras, participação em mailing lists etc.
Embora o documento seja voltado para o aconselhamento de empresas de tecnologias da informação, os dados são interessantes para pesquisas sobre a produção e circulação de informação no mundo digital, o impacto dos ambientes e ferramentas de geração de contéudo, as tecnologias móveis e a vigilância digital.
No site da EMC, patrocinadora da pesquisa, é possível acessar o documento e baixar uma engenhoca que calcula a sua sombra e as suas pegadas digitais - o Personal Digital Footprint Calculator
No campo da videovigilância, o estudo mostra que, apesar do estágio ainda embrionário de digitalização (sendo a maior parte das câmeras analógicas), o número de câmeras digitais dobra a cada ano, o que aumentará enormemente a geração e captura de dados.
No âmbito da vigilância informacional, os números já são vertiginosos: da massa de dados em circulação, menos da metade é gerada de forma consciente e voluntária pelos indivíduos (fotografias retiradas e disponibilizadas, chamadas telefônicas, e-mails enviados, vídeos postados), sendo o restante constituído por nossas "sombras digitais": imagens capturadas por câmeras de vigilância, históricos de busca na web, transações financeiras, participação em mailing lists etc.
Embora o documento seja voltado para o aconselhamento de empresas de tecnologias da informação, os dados são interessantes para pesquisas sobre a produção e circulação de informação no mundo digital, o impacto dos ambientes e ferramentas de geração de contéudo, as tecnologias móveis e a vigilância digital.
No site da EMC, patrocinadora da pesquisa, é possível acessar o documento e baixar uma engenhoca que calcula a sua sombra e as suas pegadas digitais - o Personal Digital Footprint Calculator
quinta-feira, 13 de março de 2008
Compós 2008
Foram divulgados os trabalhos selecionados da Compós 2008. Esse ano apresentarei o artigo "Monitoramento, classificação e controle nos dispositivos de vigilância digital", no qual aprofundo questões e análises iniciadas no texto da minha última participação no evento, em 2006. A partir desse ano a Compós disponibilizará todos os trabalhos em seu site na ocasião do evento, que ocorrerá em junho em São Paulo.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Câmera indiscreta
A empresa inglesa ThruVision anuncia o lançamento de um novo modelo de câmera de vigilância, capaz de ver através das roupas e identificar armas, bombas ou drogas escondidas. O sistema de identificação dos objetos se dá através da detecção de raios eletromagnéticos (raios T) e tem um alcance de até 25 metros. Convergência tecnológica nos sistemas de vigilância: nesse caso, o híbrido é de video-vigilância e scanner, mas a matriz da tecnologia das câmeras T5000 vem de pesquisas astronômicas com estrelas em fim de ciclo.
Satélites e câmeras em São Paulo
Ação do Grupo Esqueleto Coletivo no Centro de São Paulo
Imagem: http://atitude-suspeita.blogspot.com
Ampliam-se em São Paulo os sistemas de vigilância por satélite e câmeras. Nas favelas, o monitoramento por satélite pretende mapear os territórios e controlar a sua expansão. Nas ruas, as câmeras são anunciadas como armas contra o crime, as quais seriam responsáveis por uma redução de 17% nas taxas de criminalidade. A equação "mais câmeras, menos crime" nem sempre encontra respaldo na realidade. Alguns estudos mostram isso em diversas partes do mundo, mas no Brasil não há nenhuma pesquisa mais sistematizada sobre o tema. De toda forma, a prefeitura de São Paulo vem ampliando o seu sistema de videovigilância e a capital contará em breve com 12 mil câmeras em espaços públicos. A matéria é do Globo Online.
Imagem: http://atitude-suspeita.blogspot.com
Ampliam-se em São Paulo os sistemas de vigilância por satélite e câmeras. Nas favelas, o monitoramento por satélite pretende mapear os territórios e controlar a sua expansão. Nas ruas, as câmeras são anunciadas como armas contra o crime, as quais seriam responsáveis por uma redução de 17% nas taxas de criminalidade. A equação "mais câmeras, menos crime" nem sempre encontra respaldo na realidade. Alguns estudos mostram isso em diversas partes do mundo, mas no Brasil não há nenhuma pesquisa mais sistematizada sobre o tema. De toda forma, a prefeitura de São Paulo vem ampliando o seu sistema de videovigilância e a capital contará em breve com 12 mil câmeras em espaços públicos. A matéria é do Globo Online.
terça-feira, 11 de março de 2008
First Monday - Surveillance e web 2.0
O mais recente número da First Monday - Critical Perspectives on Web 2.0 - traz dois artigos sobre vigilância. Um sobre mecanismos de busca e privacidade e o outro sobre vigilância participativa. Eis os links para os artigos:
The Externalities of Search 2.0: The Emerging Privacy Threats when the Drive for the Perfect Search Engine meets Web 2.0, Michael Zimmer
Online Social Networking as Participatory Surveillance, Anders Albrechtslund.
The Externalities of Search 2.0: The Emerging Privacy Threats when the Drive for the Perfect Search Engine meets Web 2.0, Michael Zimmer
Online Social Networking as Participatory Surveillance, Anders Albrechtslund.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Estéticas do flagrante/Estéticas da biopolítica
O meu artigo "Estética do flagrante: Controle e prazer nos dispositivos de vigilância contemporâneos" está on-line na edição especial da Revista Cinética, "Estéticas da Biopolítica - Audiovisual, Política e Novas Tecnologias", produzida no âmbito do Programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura. Ali trato da naturalização da vigilância como modo de olhar e prestar atenção na cultura contemporânea, a partir da análise da incorporação da videovigilância às paisagens urbanas e da produção e difusão de imagens amadoras nas mídias contemporâneas. Proponho, nesses contextos, a noção de "estética do flagrante" para explorar os atuais cruzamentos entre a vigilância e o espetáculo, o controle e o prazer, o policial e o libidinal. Tais cruzamentos também aparecem no âmbito dos recentes sistemas cartográficos e informacionais de visualização do espaço urbano a partir de imagens de satélite e de outros registros fotográficos, disponibilizados na Internet e acessíveis a partir de dispositivos móveis (o Google Earth, Street View, MapJack, EveryScape). Notamos aí um strip-tease do espaço urbano, o qual é analisado de forma breve no fim do artigo. Um próximo sairá desenvolvendo este último tema.
A edição conta com muitos bons artigos de César Guimarães, Peter Pal Pelbart, Paula Sibilia, entre outros, e com ensaios audiovisuais de Roberto Bellini, Marcellvs L. e César Migliorin. A curadoria é dos ótimos Ilana Feldman, André Brasil, Cezar Migliorin e Leonardo Mecchi, que também assinam artigos. Bravo!!
terça-feira, 4 de março de 2008
Escola, pais e vigilância
Sistema de vigilância em escola municipal de São Paulo permite que pais monitorem seus filhos a partir de seus computadores pessoais, acompanhando as imagens gravadas pelas câmeras instaladas no pátio, na biblioteca, na sala de cinema e na quadra escola. Apenas a sala de aula não é monitorada. O ano começa mal nas escolas municipais paulistanas. A matéria é do Globo Online.
O mesmo acontece numa pré-escola de Curitiba, a Paralelo Kids, conforme a Gazeta do Povo.
A vigilância em tempo real nos espaços privados se dá hoje sobretudo a partir de câmeras IP. Fico devendo um post sobre esse ponto, importante para entender o crescimento da vigilância privada e doméstica no mundo e em particular no Brasil.
Imagem: Gazeta do Povo
O mesmo acontece numa pré-escola de Curitiba, a Paralelo Kids, conforme a Gazeta do Povo.
A vigilância em tempo real nos espaços privados se dá hoje sobretudo a partir de câmeras IP. Fico devendo um post sobre esse ponto, importante para entender o crescimento da vigilância privada e doméstica no mundo e em particular no Brasil.
Imagem: Gazeta do Povo
Volta e celular tatoo subcutâneo
Após longa pausa e um fim de férias conturbado, não esperava retornar hoje. Mas essa boa nova dos gadgets eletrônicos reúne tantos aspectos dos dispositivos em voga na cultura contemporânea que merece a inscrição da volta.
Trata-se de um celular implantado sob a pele com a tela em forma de tatuagem, que pode ser ativada à pressão. O aparelho é equipado com tecnologia bluetooth e funciona à base de "energia" sanguínea. Além das funções de um aparelho celular, o dispositivo serve para monitorar as alterações sanguíneas e a saúde do seu portador. Muitos em um: tatuagem, comunicação, monitoramento, vigilância, coleira eletrônica, ciborgue. E o design-interface remete tanto a uma tecnologia tribal-ciborgue quanto às coleiras eletrônicas e tatuagens de prisioneiros.
Vejam descrição abaixo. A dica foi do Claudio Manoel (Pragatecno) para a lista Cibercultura e a matéria é do Terra tecnologia.
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