domingo, 14 de setembro de 2008

Self Surveillance


A modernidade nos ensinou que a auto-vigilância é uma das formas de interiorização da lei, da norma ou do olhar do Outro; nessa medida e sentido confunde-se com a própria constituição da subjetividade moderna, mais especificamente da consciência moral, do superego.
A atualidade inventa uma outra modalidade de auto-vigilância, que não anula a anterior, mas é de outra "natureza". O Fitbit é um dos exemplos de uma outra auto-vigilância, que é tecnicamente assistida e em vez de ter o peso da consciência, cabe na palma da mão ou no bolso. Seu objeto não são desejos e pensamentos, mas sobretudo a performance corporal. Já postei sobre outras engenhocas do gênero, que poderia ser incluído na categoria de "personal health monitoring". O Fitbit monitora os movimentos do seu usuário 24 horas por dia, registra e relata seus passos, distâncias percorridas, gastos calóricos e a qualidade do seu sono. Tais relatórios podem ser transferidos para a Internet e monitorados pelo próprio usuário ou por seus amigos e familiares, uma vez que o Fitbit permite a criação de uma rede social, introduzindo o olhar do outro no jogo (via Technology Review).

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Fernanda.
Há uma entrevista transcrita do Lula hoje, no blog do Nassif (http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=9028), que desmonta muito da imagem que se tentou criar nos últimos dias de que o Brasil tinha se tornado um "Estado policialesco" de "escutas ilegais" e "eterna vigilância" por parte da PF e da Abin. Vale a leitura.
Beijos.
Vinícius.

Fernanda Bruno disse...

Querido Vincius, obrigada, ótima dica. Andei meio longe daqui. Vou lá conferir. beijos!