terça-feira, 26 de agosto de 2008

Educação e Vigilância

Mais uma escola brasileira investe em sistemas de vídeo-vigilância para monitorar alunos e garantir a preservação de equipamentos. Nas escolas estaduais de Foz do Iguaçu, os próprios pais não apenas autorizam como ajudam a pagar a instalação de câmeras de vigilância. Lamentável. Via G1.

7 comentários:

paoleb disse...

Em todas as salas da Central de produção Multimedia da ECO instalaram câmeras de vigilância. Professores e alunos souberam do projeto quando os eletricistas vieram furar a parede e começaram a cabear, um pouco antes das férias de julho. No auditório, onde dou aulas 3a.s e 4a.s, tem plano e contra plano: professores e alunos.
No laboratório multimedia também cobrem-se dois eixos, bem como no laboratório de rádio e tv.
Não sei se as imagens são armazenadas nem se há algum tipo de inteligência computacional para análise de dados. As câmeras operam pro protocolo de internet, o que torna possível a monitoracão dos locais cobertos de qq computador conectado à rede.
No monitor que fica na portaria uma tela mostra as 16 câmeras instaladas no prédio.
(condições perfeitas para uma nova performance de paoleb e dvd, mas isto é outro tópico)

Fernanda Bruno disse...

Opa!! Vc sabe que instância é responsável pela instalação das câmeras?
BJS

paoleb disse...

sei não. tou pra perguntar pra ivana sobre. tempo escasso. como foi o grupo quinta? não pude ir. estou conspirando na publicidade...

Anônimo disse...

Olá Fernanda,
Estava pesquisando sistemas de circuito fechado de TV e acabei 'caindo' aqui. Eu como pai, não ajudaria a pagar, mas não seria contra a instalação do sistema na escola. Pq vc acha uma atitude lamentável ? Vc acha que isso seria prejudicial ao desenvolvimento das crianças na escola ? sendo o monitoramento feito nos corredores, pátios ou salas de aula ?
Renan

Fernanda Bruno disse...

Olá Renan,
Obrigada pelo seu comentário. A questão não é simples e tento aqui uma resposta. Acho sim prejudicial, pois estamos falando de educação, algo que supõe confiança, troca e construção comum e não suspeição e vigilância. Colocar câmeras de vigilância em escolas significa lançar mão de um instrumento de segurança (no sentido policial) e não de um instrumento pedagógico, educacional. Implica, o que é muito grave, tratar os alunos como suspeitos e potenciais criminosos ou vândalos e não simplesmente como alunos (bons ou ruins, bem comportados ou não). Essa perspectiva que defendo aqui encontra sérias dificuldades em concorrer com os discursos que defendem a segurança a qualquer custo, dado o estado de medo e violência em que vivemos. No entanto, é fundamental que a escola (sobretudo ela) encontre saídas educacionais e pedagógicas na lida com problemas comportamentais dos alunos. Além disso, há estudos que mostram que o uso de câmeras em escolas não aumenta necessariamente a segurança. São conhecidos os casos nos EUA em que alunos exibem todo o tipo de violência para câmeras de vigilância, uma vez que estas estão cada vez mais incorporadas no imaginário social e nas performances individuais, como mostram os nossos reality sows. Essa é uma longa conversa e mereceria muito mais linhas do que o espaço escasso deste blog permite.
Um abraço,
Fernanda

Anônimo disse...

Oi Fernanda,
Concordo em grande parte com o que você defende, a questão não é simples e na minha opinião é o maior problema que
enfrentamos em nosso país, que é a educação, ou melhor, a falta de, um tema muito delicado. Eu não associo uma câmera de vídeo em uma escola somente como um instrumento de segurança policial, existe a função de proteção dos alunos (aí sim policial), como você mencionou e mesmo o de vigilância comportamental, que na verdade não vejo muita diferença da minha época de estudante.
Não existiam esses sistemas de vídeo, mas existiam os inspetores que tinham a mesma função. Não quero dizer com isso que
devemos substituir os inspetores da minha época com mini câmeras de vídeo, acho que a única solução é educacional e
pedagógica mas acho que câmeras teriam a função de desencorajar atos de vandalismo da maioria dos alunos. Acho também que casos
como o que você citou nos EUA não são motivados por essas câmeras, acredito que esses alunos cometeriam o vandalismo com ou sem as câmeras, talvez
incremente um pouco o ato por saberem que estão sendo observados.
Fernanda, sua experiência nesse assunto é infinitamente superior a minha, tenho formação em engenharia e nenhum estudo sobre o assunto, é apenas a
opinião de alguém que já foi aluno e tem 4 filhos estudantes. Por favor não me interprete mal.
Um abraço,
Renan

paoleb disse...

estou aqui me alimentando para o debate hj mais tarde!