Acabo de assistir a um vídeo da ótima conferência da pesquisadora Mireille Rosello sobre "Culturas da (in) segurança" na Universidade de Montréal. Há muitos aspectos a comentar, mas recorro à brevidade dos tópicos por falta de tempo. Enumero algumas das hipóteses mais instigantes da sua fala e que complementam meu último post sobre o tema.
1. Não há como estar globalmente fora da cultura da insegurança; cabe portanto resistir taticamente por dentro.
2. É preciso questionar o pressuposto de que há razão para haver medo e escapar da escolha entre o medo dos vigiados e o medo dos vigilantes. Trata-se aí de uma falsa questão, que apenas toma posições ideológicas e busca decidir quem é mais perigoso (o suspeito ou o vigia), sem problematizar as bases da própria cultura da insegurança.
3. A câmera deve ser pensada como um "cidadão incivil", que nos impõe sentir medo ou nos arrepender de não ter tido medo antes. Ela cria o medo que supostamente deveria cessar e reitera, de modo performativo, o imaginário do pior, a premediação (Gursin) da catástrofe futura.
4. É preciso colocar em questão o pressuposto de que a insegurança é um sentimento indesejável que deve ser banido. Trata-se de historicizar essa negatividade e reivindicar uma subjetividade que se sabe e se aceita vulnerável. Essa vulnerabilidade seria parte de nossa condição propriamente humana, que estaria na base da sociabilidade e que constitui uma experiência comum e solidária, diferentemente da cultura da insegurança, que está fundada no medo do outro. Cabe pensar a vulnerabilidade como uma das faces da insegurança, no lugar de fazer da primeira um afeto individual e da segunda uma realidade social.
1. Não há como estar globalmente fora da cultura da insegurança; cabe portanto resistir taticamente por dentro.
2. É preciso questionar o pressuposto de que há razão para haver medo e escapar da escolha entre o medo dos vigiados e o medo dos vigilantes. Trata-se aí de uma falsa questão, que apenas toma posições ideológicas e busca decidir quem é mais perigoso (o suspeito ou o vigia), sem problematizar as bases da própria cultura da insegurança.
3. A câmera deve ser pensada como um "cidadão incivil", que nos impõe sentir medo ou nos arrepender de não ter tido medo antes. Ela cria o medo que supostamente deveria cessar e reitera, de modo performativo, o imaginário do pior, a premediação (Gursin) da catástrofe futura.
4. É preciso colocar em questão o pressuposto de que a insegurança é um sentimento indesejável que deve ser banido. Trata-se de historicizar essa negatividade e reivindicar uma subjetividade que se sabe e se aceita vulnerável. Essa vulnerabilidade seria parte de nossa condição propriamente humana, que estaria na base da sociabilidade e que constitui uma experiência comum e solidária, diferentemente da cultura da insegurança, que está fundada no medo do outro. Cabe pensar a vulnerabilidade como uma das faces da insegurança, no lugar de fazer da primeira um afeto individual e da segunda uma realidade social.
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