O Observing Surveillance também elabora documentários digitais, que misturam imagens de liberdade com cenas de vigilância e controle, tendo o fim de chamar a atenção para os impactos que as câmeras criam. As imagens de vigilância sugerem a construção de um panóptico em Washington DC. Como se pode ver, o Observing Surveillance tem como principal método comunicar idéias através de imagens, promovendo a observação dos próprios vigias, o que explica o nome do grupo.
Constant VZM Map of Brussels surveillance cameras (Bruxelas, Bélgica)
Esse grupo existe desde 1997 e desenvolve um projeto de mapeamento das câmeras de vigilância da cidade de Bruxelas, através de fotos que enquadram não só as câmeras, mas também o contexto no qual estão inseridas. No site, elas são organizadas por regiões e ao clicarmos em cada foto podemos vê-la em maiores detalhes junto ao endereço de onde a câmera se situa. Muitas dessas fotografias datam de dezembro de 2000, sendo que outras foram acrescentadas em janeiro de 2001.
O ponto de partida dessa pesquisa foi a “Opéra Royal de La Monnaie”. Na sua lateral há uma escultura da qual desce um tubo de plástico com um cabo que alimenta uma câmera de vigilância. A partir desse ponto, o grupo “Constant VZM” começou sua caminhada em busca das câmeras e após uma hora foram registradas um pouco menos de cem.
O site do grupo apresenta um texto que busca refletir sobre a proliferação da vídeo-vigilância e suas implicações na atualidade. Ao final, conclui-se que a presença massiva de câmeras é um sintoma de uma sociedade cujo imperativo é mais o controle do que a solidariedade. Além disso, questiona-se o fato de assuntos éticos serem solucionados pela tecnologia em detrimento do debate democrático. Propõe-se então que organismos como os comitês, associações e universidades subvertam a situação vigente, propondo caminhos alternativos.
Esse grupo tira fotos das câmeras de vigilância de Berlim e as organizando por regiões. O grupo fez um mapa de uma das principais praças da cidade, a Potsdamer Platz. A economia dessa descrição justifica-se pela impossibilidade de compreender o site, integralmente escrito em alemão ;-)
NYC Surveillance Camera Project
Este projeto começou com grupos de voluntários do New York Civil Liberties Union (NYCLU)* procurando todas as câmeras públicas ou privadas que filmam as pessoas nos espaços públicos. Em uma coletiva de imprensa realizada pelo grupo em 13 de dezembro de 1998, foi divulgado o projeto que mapeava as câmeras de vigilância em espaços públicos de Manhattan (NYC Surveillance Camera Project). A causa defendida pelo NYCLU visa a liberdade e o direito de anonimato dos nova-iorquinos nesses espaços vigiados. Através de seu discurso contra vigilância, visam conscientizar a população sobre a proliferação das câmeras de vigilância e a sua conseqüente invasão de privacidade.
Esse grupo mapeou todas as câmeras de Manhattan, tanto públicas quanto privadas, que filmam as pessoas no espaço público. A partir disso, os voluntários do grupo produziram um mapa com as 2397 câmeras de Manhattan. Nesse mapa consta o número, a localização e os tipos de câmeras usadas. Além disso, o NYC Surveillance Camera Project reivindica a regulamentação do uso das câmeras de vigilância.
O mapa de Nova Iorque elaborado por este grupo é dividido em “Community districts”, nos quais indica-se o número de câmeras e os tipos (“stationary”, “rotational”, “globe”). Ao lado do mapa há uma legenda maior com as seguintes indicações: “private cameras”, public câmeras”, “Community district boarders”, “places of interest”e “parks”.
Surveillance camera players (Nova Iorque, EUA)
O grupo Surveillance Camera Players originou-se na cidade de Nova Iorque, em novembro de 1996. O grupo realiza performances contra-vigilância e exibem cartazes diante das câmeras com frases como: “YOU ARE WATCHING ME”, “ALL DAY...EVERYWHERE I GO”, “WHO AM I? WHAT´S MY NAME”, “I WANT GOD TO SEE ME”. Além disso, o gripo realizou um mapeamento das câmeras de vigilância de Nova Iorque e de outras cidades, enfatizando sempre no seu website que a apresentação dos mapas tem fins unicamente educacionais e informacionais.
Para disponibilizar o mapeamento no site, em cada link apresenta-se um mapa referente a uma determinada região de Nova Iorque, no qual são discriminados os tipos de câmeras, como: “elevated camera”, “TV câmera”, “city-owned camera”, “webcam”, “privately owned camera”, etc. Além disso, há informações sobre datas distintas, o que nos possibilita observar o crescimento do número de câmeras de vigilância ao longo do tempo. O primeiro mapa realizado pelo grupo foi, aparentemente, em maio de 2000 no Times Square, Manhattan.
Institute for Applied Autonomy (i-See) (Nova Iorque, EUA)
O “ Institute for Applied Autonomy” foi criado em 1998 como uma organização para pesquisa em desenvolvimento tecnológico dedicada à “autodeterminação” individual e coletiva. A organização tem como missão estudar as forças e estruturas que afetam a autodeterminação, fornecendo tecnologias que ampliam a autonomia de ativistas. Ao mapear as câmeras de CCTV no meio urbano, o i-See demarca rotas nas quais as pessoas não estariam sob a vigilância das câmeras, proporcionando linhas de fuga para os transeuntes na cidade. O mapa de Manhattan (Nova Iorque) elaborado por esse grupo foi feito junto com o “Surveillance Camera Players”, o “Surveillance Camera Project” e o “Eyebeam Atelier Workshop”. No mapa, retrata-se, ainda, o crescimento da vigilância nos espaços públicos entre 1998 e 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário