domingo, 1 de abril de 2007

Manifeste-se e Revista Global



Há alguns dias tomei conhecimento, através de uma lista de discussão, do projeto Manifeste-se! Trata-se de uma intervenção nas ruas de São Paulo que permite aos passantes se manifestarem, ao vivo, em webtv, do modo que desejarem. Os video-manifestos são exibidos na Internet e há desde declarações de amor a protestos políticos e performances artísticas. O projeto, cujo subtítulo é “todo mundo artista”, me chamou a atenção pelo ‘diálogo’ que estabelece com a produção audiovisual contemporânea. Os video-manifestos situam-se numa zona instável e em movimento: entre o reality-show, “o povo na tv”, o Youtube, a pegadinha, a propaganda eleitoral, a intervenção urbana de cunho artístico e político. Mais um elemento para pensar na profusão de imagens amadoras e na “paixão pelo real” que as atravessa, na sua migração contínua de um suporte a outro, de um domínio a outro, no curto circuito midiático-artístico-comercial por que passa a produção audiovisual contemporânea.

Recentemente, num texto em parceria com Consuelo Lins, ensaiamos algumas idéias nessa matéria, focando as imagens e estéticas da vigilância e a sua livre circulação no mundo contemporâneo: “dos aparatos policiais aos flagrantes sexuais de celebridades em praias paradisíacas, do entretenimento à arte, das revistas de fofoca locais às conexões globais da Internet”. Notamos, entre outras coisas, que “vigilância e espetáculo se entrecruzam e, tanto em um quanto em outro, podemos reconhecer não apenas um método de controle, mas um repertório cultural multifacetado. Uma câmera pode muito bem ser um índice de segurança e/ou de ameaça, de censura e/ou de exibicionismo, de controle e/ou de prazer". O texto foi publicado na Revista GLOBAL Brasil (número 7) e em breve será disponibilizado nesse blog. Esse mais recente número da GLOBAL pode ser encontrado nas bancas e conta com outros artigos interessantes, assinados por Fabio Malini, Peter Pál Pelbart, Antonio Negri, Claudio Manoel e Adriana Prates, entre outros.

Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado